“Não é cabide de emprego, é um guarda-roupa inteiro”
Órgãos terão 1 milhão de cargos livres para nomeação
cargos livres para nomeação. São, pelo menos, 207 mil a mais do que hoje. Esse aumento significativo provoca a indignação de brasileiros preocupados com o bom uso do dinheiro público, já que pessoas sem qualificação e mérito poderão ser chamadas para ocupar uma função que, atualmente, é exercida por alguém que estudou e se dedicou muito até passar em um concurso, comprovando estar apto para o cargo.
A frase “isso não é um cabide de emprego, é um guarda-roupa inteiro” é do Deputado Federal Professor Israel Batista (PV-DF), um dos muitos congressistas contrários a mudança. E está em uma ampla reportagem da Folha de S. Paulo, disponível para leitura CLICANDO AQUI.
O Deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) chama a reforma de “imoralidade” e a denomina como “trem da alegria das indicações políticas”. Já o Deputado Gervásio Maia (PSB-PB) diz que “quando você retira o servidor de carreira e abre para indicação política, você abre espaço para colocar pessoas que não tenham conhecimento dentro de determinado órgão.”
A proposta de reforma administrativa enviada pelo Presidente Jair Bolsonaro estabelece que cargos em comissão serão preenchidos por servidores em percentuais mínimos definidos em lei, eliminando restrições constitucionais e permitindo a maior ocupação dos cargos por pessoas que não têm vínculo com a administração pública.
A AAJUMP enxerga esse cenário com muita preocupação. O servidor concursado é fundamental para o bom funcionamento da máquina pública brasileira. Se, com pessoas qualificadas e com habitualidade no dia a dia, já é difícil atender à quantidade enorme de demandas existentes na sociedade, a situação certamente será pior com gente indicada por laços políticos ou de amizade ou mesmo com a alta rotatividade de servidores, que ocorrerá, no mínimo, a cada nova eleição.
Com a reforma, perdem os servidores concursados, mas principalmente perde o Brasil. A aprovação do projeto será uma derrota para toda a população, que ficará totalmente a mercê a vontade dos agentes políticos e não à Lei.
Ainda, como é de conhecimento geral, cargos comissionados são rotineiramente utilizados para a prática de ilícitos contra a administração e a sociedade, desviando importantes recursos que deveriam ser destinados à Segurança, Saúde e Educação Públicas.